A um trabalhador assassinado
..................I
...Minas vermelhas da minha Viscaia,
ferida aberta na montanha verde!
Ó mineiro do rosto tão moreno,
carrega no ombro tua picareta.
Tua afiada picareta no ombro
ao sol vai reluzindo, morro abaixo.
Vem na trilha – a manhã em tuas costas –
até a fábrica do céu cizento.
Há rumores de greve pelas ruas
– punhos cerrados, macacões azuis –.
De sua parte, os patrões, sempre indolentes,
contam com tua ajuda, ó telefone.
Ó mineiro do rosto tão moreno,
correm telefonemas pelos fios.
Como reluzem tantas capas negras
da guarda civil vindo pela trilha!
E como se parelham a bandidos
com seus longos fuzis trazidos no ombro!
Minas vermelhas da minha Viscaia,
ferida aberta na montanha verde!
..................II
...Morro abaixo vai, entre quatro guardas,
o mineiro do rosto tão moreno.
Seus olhos negros são como punhais,
mas que não podem irromper o cerco.
Para onde carregam algemado
esse teu corpo forte cor de ferro?
Se tivesses coragem, molharias
a picareta em sangue inimigo.
Às margens do Nervião – tremor de trilhos –,
quanto esforço, querendo libertar-se!
Mas os seu grito não se pode ouvir
devido ao ruído enérgico das fábricas!
Os longos fuzis ficam fumegantes
– há rumores de greve pelas ruas –.
Ó mineiro do rosto tão moreno,
há de banhar-te no teu próprio sangue!
Na casa Gómez beberão os guardas
civis, depois de tudo, o melhor vinho.
Minas vermelhas da minha Viscaia,
ferida aberta na montanha verde!
..................1931
O original:
Langille eraildu bati
..................I
...¡Ene Bizkai'ko miatze gorri
zauri zarae mendi ezian!
Aurpegi balzdun miatzarijoi
ator pikotxa lepo-ganian.
Lepo-ganian pikotx zorrotza
eguzki-diz-diz ta mendiz bera.
Ator bideskaz, —goxa sorbaldan—,
kezko zeruba yaukon olera.
Opor-otsa dok txaide zabalan,
—ukabil sendo, soñanzki urdin—.
Jaubiak, barriz, nasai etzunda,
laguntzat auke, i, urrutizkin.
Aurpegi balzdun miatzarijoi
ari bittartez deyak yabiltzak.
¡Bideskan zelan dirdir-yagijek
txapel-okerren kapela baltzak!
¡Orreik yaukoen gaizkin-itxura
sispa luziak lepo-ganian!
¡Ene Bizkai'ko miatze gorri,
zauri zarae mendi ezian!
..................II
...Mendiz bera lau txapel-okerrez
aurpegi balzdun miatzarija.
Begi baltz orreik sastakai dozak
baña zatittu ezin esija.
¿Noruntz aroe esku-lotuta
burni margodun gorputz gogorroi?
¡Sendua ba'intz, etsai-odolez
bustiko eunkek pikotx zorrotzoi!
¡Nerbion-ertzok, —tranbi-dardara—,
azkatu-nayez, zenbat alegin!
Baña olaen zarata-artian
aren ayotsik adittu-ezin!
Sispa luziak sutan yagozak,
—opor-zaratak txaide zabalan—.
¡Aurpegi balzdun miatzarijoi
igeri adi eure odolan...!
Txapel-okerrak edango yabek
ardao onena Gomez-etxian.
¡Ene Bizkai'ko miatze gorri,
zauri zarae mendi ezian!
..................1931
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