A estrelinha
Eu vi uma estrelinha
no céu a cintilar.
Brilhou o quanto tinha,
que encheu o meu olhar.
Mais clara que as vizinhas,
mais suave que o luar:
eu vi uma estrelinha
no céu a cintilar.
Mas como eu nunca tinha
mais olhos pra lhe dar
deixei minha estrelinha
no dia se apagar,
e se hoje não é minha,
se brilha em outro olhar,
é que de tão sozinha
se ofuscou, e a achou um par.
O mar então me vinha
às pálpebras salgar
depois (que noite a minha)
de olhar o céu e o ar:
qual nunca eu visto tinha,
brilhando sem parar,
vi duas estrelinhas
no céu a namorar.
.....Fábio Aristimunho
5 de novembro de 2006
Poesia infantil, ainda
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5 comentários:
Sou suspeita para falar dos poemas infantis, eu gosto de praticamente todos, esse da estrelinha é mtoooo legal, mesmo eu sendo tonta e chorando no final dele hahahaha.
Bjo.
Pô, Fábio, desencana de escrever poesia pra adultos. Teu negócio é isso mesmo! Ainda mais hoje em dia, com Harry Potters e tal, é sucesso instantâneo, presente de natal pra todas as mesinhas de centro do país!
Meu único reparo (nos dois sentidos, como li no Joca) seria esse segundo verso, da última estrofe, "às pálpebras salgar", primeiro porque incomoda um pouco no ritmo - impossível não enjambemar com o de cima, como o Paulo faz de propósito - e segundo porque o sentido é estranho, com essa crase meio sobrando (eu sei que não, mas enfim). Aposto que você acha uma solução melhor!
(também tem um 'a' a mais no último verso da segunda estrofe)
Mas não se iluda: o poema é muito bom mesmo!
Snp, não vou te mandar mais poemas meus infantis - tenho agora vergonha. vou ter é ursinhos. ;)
acho ridículas babações de ovo em blogs, mas esse é justificado.
beijinhos
Snoop, meu querido, ia te dizer para lançar um livro de poemas infantis o quanto antes, mas AnaR. e Dom Geraldo já disseram isso por mim!
Esse é muito bom também, mas eu confesso que o dos carneirinhos é meu xodó!!!
E bom saber que dona AnaR. acha ridículas as babações nos blogs. Acidentalmente eu faço isso quase o tempo todo. Irei esculhambar tudo agora- hehehehehehe...
Besos.
Geraldo, você foi certeiro, não estou satisfeito com aquele verso das pálpebras, já tentei um monte de soluções antes de chegar a essa ("aos olhos visitar", "maré então me vinha / nos olhos rebentar"), todas insatisfatórias. Sei que você sabe o problema não é a crase (objeto direto preposicionado), mas o verso é que é ruim mesmo. Também espero achar uma solução melhor.
Meninas, bom saber que os poemas agradam as marmanjas, agora só precisa ver se as criancinhas de verdade também vão gostar! Exageros da Ana à parte, já aviso que ainda não dá um livro, longe disso.
B/A
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