29 de agosto de 2006

A Roma sepultada em suas ruínas

Mais uma transversão, desta vez do castelhano para o português:

A Roma sepultada em suas ruínas

Trad. Fábio Aristimunho

...Procuras Roma em Roma, ó peregrino,
e achar em Roma a própria Roma falhas;
se agora são cadáver as muralhas,
é de si mesmo túmulo o Aventino.

...Jaz, onde antes reinava, o Palatino;
e, do tempo corroídas, as medalhas
mais parecem destroços de batalhas
de outras idades que brasão latino.

...Só o Tibre restou, cuja corrente,
se a regou cidade, hoje sepultura,
a chora em som funesto e comovente.

...Ó Roma, de teu esplendor e altura
ruiu o que era firme, e tão somente
o transitório permanece e dura.


O original:

A Roma sepultada en sus ruinas

Francisco de Quevedo

...Buscas en Roma a Roma, ¡oh, peregrino!,
y en Roma misma a Roma no la hallas;
cadáver son las que ostentó murallas,
y tumba de sí proprio el Aventino.

...Yace donde reinaba el Palatino;
y limadas del tiempo, las medallas
más se muestran destrozo a las batallas
de las edades que blasón latino.

...Sólo el Tibre quedó, cuya corriente,
si ciudad la regó, ya, sepoltura,
la llora con funesto son doliente.

...¡Oh, Roma!, en tu grandeza, en tu hermosura,
huyó lo que era firme, y solamente
lo fugitivo permanece y dura.


8 comentários:

ana rüsche disse...

hoho, olha só - que atividade! nunca tinha lido o poema, tem a cara do Vicente.

okidoqui: irei atrás de gente morta faz 70 anos.

beijinho

Pedro Tostes disse...

Grande Fábio!
Tenho gostado muito do que leio no teu blog cara (confesso que já o espiava faz um tempo!)... adorei o plutoniano e aqueles curtinhos!
Traduções não são muito a minha praia, me viro meia-boca com o inglês, mas pretendo botar online a minha tradução de "Eleanor Rigby".
Quanto ao PAC, acho que deu tudo certo, agora é esperar e torcer pelos amigos!
Ps. Eu queria muito que os amigos comentassem o meu post "Futebol", estou em crise com o adendo que fiz no poema. dá uma lida lá e opina!

Pedro Tostes disse...

aliás, fiz meu blog depois de ler o teu!

Pedro Tostes disse...

será que um dia alguém me ensina a mexer nesses trocinhos? quero linkar todos os meus amigos, mas não sei fazer essas coisas! e como é que vocês fazem essas interfaces bacanas?

isso que dá ter ficado sem computador desde o início da era blog!! eu que era fera e viciadinho hoje em dia me sinto uma ostra!

Thiago Ponce de Moraes disse...

Opa, Fábio. Dei uma lida geral no teu blog. Tenho estado fora, um pouco, do mundo virtual. Quase não há tempo. Mas, quando há, gosto de visitar os amigos.

Tenho tentado, também, exercitar traduções!

O nome do livro: Imp.

Abração.

Anônimo disse...

Fábio, você é surpreendente! Adorei a tradução.
Acho que logo, logo tem gente que vai abandonar a vida dupla e viver disso aqui...*rs
Beijos!
Carol

Anônimo disse...

Hay en mi corazón furias e penas, ou quase isso, adoro o que sei de Quevedo. abraços...

Fábio Aristimunho disse...

márcio, boa sugestão. conheço esse poema, vou tentar traduzir e colocar no blog.

tostes, sorte com o blog, e legal que tenha gostado do medianeiro!

b/a